sábado, 4 de junho de 2011

LIVRO DO ECLESIASTES OU PREGADOR E VOVÔ ARISTIDES

Quando eu estava por volta dos meus doze anos, meu avô Aristides pediu-me para ler o livro de Eclesiastes ou Pregador e explicar para ele o que havia entendido. Naquela época eu já lia Drumond, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Pablo Neruda, Guimarães Rosa, Lispector, Rubem Braga, Veríssimo(s), José Lins e todos os divinos mestres literários.
Porém, meu sábio avô colocou-me diante de uma realidade espiritual permanente. Logo no capítulo 1, Salomão nos fala da vaidade de todas as cousas terrestres (uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece......o que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer: de modo que nada há de novo debaixo do sol...) Numa parte, vers.12 diz: "Eu, pregador, fui Rei sobre Israel em Jerusalém." E no original em hebraico, ele afirma que foi, foi....
Uma reflexão nos leva profundamente a uma avaliação do que somos aqui na terra e nos encaminha para a humildade, porque não somos nada, realmente nada, embora muita gente pense e diga "eu sou isto, sou aquilo", enquanto deveria dizer "eu estou hoje nisto, naquilo, mas amanhã só Deus sabe do meu destino". Fico imaginando nas inúmeras pessoas que conhecem esta verdade sagrada e ainda pisam sobre os outros, deixando um rastro de destruição, sem saber o tsunami que os aguarda lá na frente.
No capítulo 2 encontramos o saber filosófico que os prazeres e as riquezas não dão felicidade (Porque, que mais tem o homem de todo o seu trabalho, e da fadiga do seu coração, em que ele anda trabalhando debaixo do sol?)
Certamente que Deus nos deu o corpo, a alma e o espírito, assim como a capacidade criativa para serem exercidas em toda a sua plenitude, assim como todo o homem tem o direito a tudo isto, porém o verdadeiro prazer e a verdadeira alegria estão nas mãos do Eterno.
O capítulo 3 nos alerta: há para todas as coisas um tempo determinado por Deus (Todos vão para um lugar: todos são pó e todos ao pó tornarão). Eu prefiro não falar mais nada e fazer um silêncio sobre esta assertativa.
O capítulo 4 nos alerta sobre os males e as tribulações da vida (vi a todos os viventes andarem debaixo do sol com o mancebo, o sucessor, que ficará em seu lugar). Entre outras coisas, ficou isto entre eu e meu avô e espere que fique entre eu e meus netos.
No capítulo 5, temos vários conselhos práticos ( guarda teu pé, quando entrares na Casa do Senhor...Não te precipites com a tua boca...Cumpra os teus votos... Leiam e meditem.
No capítulo 6 ele resume que é lícito gozar os bens que Deus fez e nos deu, mas estes não podem satisfazer a alma (sendo certo que há muitas cousas que aumentam a vaidade, que mais tem o homem de melhor?).
No capítulo 7, ele nos ensina as vantagens do sofrimento, da paciência e da moderação (longe está o que foi, e profundíssimo, quem o achará?).
No capítulo 8 ele nos encaminha para as vantagens adquiridas à obediência ao rei  (porque a palavra do Rei tem poder, e quem lhe dirá: que fazes?). Cuidado, pois este rei, não são os nossos governantes humanos, mas sim o Eterno! Também reflete que o pecador não é logo castigado; o justo vê-se muitas vezes em adversidade, mas com certeza a justiça divina não falha!
No capítulo 9, é preciso sabedoria para entendê-lo, pois se à primeira vista parece que as mesmas cousas sucedem aos justos e injustos, de outra forma ele nos convida a gozar dos bens que Deus nos deus.
 Há uma ressalva interessante entre 9:11 e 9:18 que resumindo quer nos levar a compreender que a sabedoria é muitas vezes mais útil aos outros do que a aqueles que a possui (isto à primeira vista).
O capítulo 10 significa que a loucura é a causa de muitas desgraças (todo o texto é presente).
No capítulo 11 nos convida a fazer o que é bom no tempo oportuno (grande sabedoria para os apressados!).
O capítulo 12 recomenda que a mocidade deve preparar-se para a velhice e para a morte (Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: não tenho neles contentamento). Do cap.12 vers 10 a 14 nos ensina o Pregador que todo o dever do homem consiste em temer a Deus e em guardar os seus ensinamentos.
Vaidade de vaidades! Começa a proclamar o Pregador, vaidade de vaidades! É tudo vaidade! Tudo é como correr atrás do vento! Vaidade das vaidades. tudo é vaidade, vai terminando seus ensinamentos o Pregador.
Meu irmão, minha irmã, aprenda uma coisa comigo que aprendi com Vovô Aristides: Não desvie os seus pés do caminho do Senhor! Pelo menos na hora em que for dormir, diga: Senhor, em tuas mãos guardo o meu espírito e quando levantares: Senhor, caminhe comigo durante este dia! E quando chegar a hora das refeições: Senhor abençoe este alimento!