domingo, 13 de março de 2011

GÊNESIS ESTÁ COMPROVADO CIENTIFICAMENTE

Lemos em Gênesis 1.1: "BERÊSHÎT  BÂRÂ ELOHÎM   ÊTH-HA-SHÂMAÎM   W'ÊTH-HÂ-ÂRETZ",  o que foi traduzido literalmente para "no princípio criou Deus o céu e a terra".
O aramaico, o hebraico e o árabe, são linguas co-irmãs, pois têm a mesma origem e raíz. A palavra antiquíssima ELOHÎM, no aramaico ALAHA e no árabe ALLÁ, embora nas traduções são vertidas como deus, divindade, não tem significado nem masculino, nem feminino em sua originalidade. A palavra ALAHA OU ALLÁ, na sua mais distante origem é a comunhão do SIM (AL) com o NÃO (LA). Este sim e este não, também estão longe do sentido que tem para nós, melhor seria compreendermos como dualidades que se compenetram, ou forças que giram e se reproduzem, etc. Heráclito(século VI a.C.) dizia "panta rei", ou " tudo flui proveniente à tensão contínua que há entre os opostos".   Portanto, este Deus, este Senhor na forma traduzida, melhor diríamos na forma traída, pois tradução, em latim é traducere e trair é tradere, ambas com a mesma raiz latina, ficou masculino ou feminino, por falta de conhecimento íntimo e profundo da mística dos antigos sábios. Traduzir deveria ser conduzir para, levar para um outro, fazer o papel de uma ponte entre uma cultura e outra. Só que na travessia desta ponte o tradutor se afasta demais das margens originais das verdades reveladas da formas arquetípicas destas antigas civilizações.
Berêshît tem significado como um início fora do tempo e do espaço, um poder de ser divino. Não é um início ponto zero, comum de nossa mente racional presa ao jogo da ação x reação.  Esta é a resposta que os autores do Big-Bang não conseguem entender com suas mentes racionais, para a pergunta: "E antes do Big-Bang, de tudo aquilo que envolveu o Big-Bang, o que havia?" Antes havia o extraordinário, o que está além do ordinário. Mas mesmo assim só com o sacrifício poético é possivel compreender este princípio que está presente permanentemente. Recordo-me de quando Heráclito brincava com as crianças ao lado do templo de Artêmis, os cidadãos o repreenderam dizendo que ele estava perdendo tempo, em lugar de ir tratar dos assuntos da polis (cidade), ao que Heráclito disse,  significou que o divino estava ali, naquela brincadeira no meio das crianças. Era mais importante envolver-se assim, do que com as situações mais graves da polis.  Vê-se que aos fundos estava o templo de Artêmis. Os gregos não celebravam cultos dentro dos templos, que pertenciam às suas divindades, mas discutiam problemas sérios e graves da sociedade ao redor do templo.
As raízes hebraicas do verbo BÂRÂ não significam apenas criar literalmente, como a gente cria do barro um pote, de uma madeira uma mesa, etc. Tem sentido transcendente também, notadamente quando se trata de um aspecto místico. Nesta jogada não cabe pensar se criou do nada ou de alguma coisa, mas este criar, significa um movimento perpétuo, cujo símbolo para compreensão lógica mais aproximada, seria que a partir de um ponto central, houvesse uma transmutação de movimento gerando círculos. Mas ainda assim, não se pode ficar preso apenas às figuras geométricas.
Traduziram SHÂMAÎM para céu e HÂ-ÂRETZ para terra. Ficou uma tradução infantil e a nível miúda da compreensão de uma criança: "Criou Deus o céu e a terra". Esta dicotomia, cai como uma luva na mente ocidental. Este mesmo comportamento de separar os objetos, de dissecá-los, de afastar realidades, se adentrou na ciência moderna após Galileu e Descartes, produzindo um comportamento anti-ético com a natureza em geral, cujo estrago nos foi entregue e não sabemos como fazer ou desfazer para levá-lo como herança às novas gerações.
SHÂMAÎM não é céu azul propriamente dito. mas são ondulações vibratórias, que engloba tudo luz, som, atmosfera, espaço, tempo, etc E não quer dizer lugar algum ou que esteja além da terra.
Traduziram HÂ-ÂRETZ  para terra. Estabilidade terrestre, possivelmente com todos os seus limites. Mas na sua origem significava partículas.
Esta criação é uma situação ondulatória permanente. Não é uma dualidade como foi ignorantemente traduzida nos livros sagrados. Há uma música do Caetano Veloso que diz "tudo é divino maravilhoso".
Estavam falando da luz como ondas e partículas. É a luz em sua interação total.
Cabe a cada um de nós entrarmos em sintonia com esta unicidade e realizarmos esta maravilhosa comunhão com o Eterno, pois este caminho é seguro.